sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Recordando Cesário Verde (25.02.1855 - 19.07.1886)



DE TARDE
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
...Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!


 O Livro de Cesário Verde

Amanhecer



... é renascer

Entardecer



... é viver

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ciclismo: olhando a 37ª Volta ao Algarve


Apoios

Ciclismo: 37ª Volta ao Algarve




Aquecimento

Ciclismo: 37ª Volta ao Algarve

Assinatura da presença na prova

Ciclismo: 37ªVolta ao Algarve


A comunicação social fazendo a cobertura

Ciclismo; 37ªvolta ao Algarve



A concentração

Ciclismo: 37ª volta ao Algarve


A partida

Ciclismo : 37ª Volta ao Algarve


Chegada

Ciclismo



Pódio

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ruas com poesia



...e mar



Ruas com nome de poetas


O SUL DOS MEUS SONHOS

Os meus sonhos situam-se
sempre
a Sul
Faro
Cacela
ou Alcoutim
cenários da minha infância
orfã
de filha única
A esses sítios regresso
em sonho
ritualmente
talvez para me encontrar
com quem era
e pressentir
quem sou
Teresa Rita Lopes, O Sul dos Meus Sonhos

 
COMO AQUELAS taças pesavam
Quando vazias até nós vieram...
Depois ficaram quase esvoaçantes
Mal o vinho dentro lhes puseram:
Como corpos que mais leves se volveram
Ao habitá-los almas crentes.
Abu Al-'Abdari (séc. XI)


 


Chamam-te, escuta a sua voz.
A vida sorri-te, bebe desse vinho e saboreia-o,
é promessa de uma nova Primavera que chega.
É flor que atrai
com sua fragrância de almíscar,
bela e sensual.
Do seu caule de esmeralda libertam-se
folhas de prata e pétalas de ouro
que se entrelaçam como filamentos de seda
e se erguem como um cálice para te brindar
num inesgotável inebriamento
Ibn Darraj al-Qastalli, poeta de Cacela Velha




ATLÂNTICO

Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética