quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jardim







Olhando o penacheiro (callistemon citrinus),  também conhecido por " limpa garrafas".

terça-feira, 12 de julho de 2011

Poesia


PORQUE

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen,Mar Novo


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Provérbios do mês de Julho

Os provérbios fazem parte da tradição e da sabedoria populares.
Damos aqui início a um trabalho que pretendemos mensal.
Fonte: Grande Livro de Provérbios, José Pedro Machado
Julho é o mês das colheitas, Agosto o mês das festas

Julho fresco, inverno chuvoso, estio perigoso

Julho, o verde e o maduro



Julho quente , seco e ventoso, trabalha sem repouso

Julho quente traz o Diabo no ventre


Em Julho, ao quinto dia verás que mês terás

Julho calmoso faz o ano formoso



sábado, 9 de julho de 2011

António Ramos Rosa



Poema dum Funcionário Cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só
António Ramos Rosa, o grito claro (1958)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Recordando Maria José Nogueira Pinto (23.03.1952 - 06.07.2011)



Trechos do último artigo de Maria José Nogueira Pinto, escrito poucas horas antes da sua morte e hoje publicado no DN. Um impressionante testemunho. De força, de fé, de carácter, de vida.
Delito de opinião

Foi hoje a enterrar em Óbidos. Concorde-se ou não com as ideias que defendia, o certo é que as defendia com firmeza e com a convicção de que eram as melhores para Portugal. Paz à sua alma.

Ler artigo aqui


 


Olhando






Olhando os hibiscus