sexta-feira, 19 de julho de 2013

Árvore de Mia Couto


Árvore


cego
de ser raiz

imóvel
de me ascender caule

múltiplo
de ser folha

aprendo
a ser  árvore
enquanto
iludo a morte
na folha tombada do tempo

               Mia Couto, Raiz de Orvalho e Outros Poemas, Março 1985

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