quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia




Vento no rosto

À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios. perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças,  confiar.
amar a tudo e a todos
                                       António Gedeão, Movimento Pérpetuo (1956)


Sem comentários:

Enviar um comentário