Vento no
rosto
À hora em
que as tardes descem,
noite
aspergindo nos ares,
as coisas
familiares
noutras
formas acontecem.
As arestas
emudecem.
Abrem-se
flores nos olhares.
Em
perspectivas lunares
lixo e
pedras resplandecem.
Silêncios.
perfis de lagos,
escorrem
cortinas de afagos,
malhas
tecidas de engodos.
Apetece
acreditar,
ter
esperanças, confiar.
amar a tudo
e a todos
António
Gedeão, Movimento Pérpetuo (1956)
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